quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Intensatez

Eu já disse o quanto eu sou apaixonada por essa vibe de viagem, praia, sol, verão?  #mood

SOU INTENSA.
Intensa eu mando mensagem. Intensa eu entrego meus sentimentos numa caixinha. Mando entregar mais 10. Logo, sem retribuição, mando vídeo. Mando carta. Envio energia. Depois não quero mais. Me distraio comigo. Mostro coisas que não eram pra ser vistas. Digo que não quero. Penso que quero. Sou intensa por dentro e por fora.
Assim eu mostro o que vim fazer aqui nesse mundo, para o que eu vim, mesmo que para mim não faça o menor sentido. Para expressar o que eu sinto, para viver e para escrever é o meu destino.
Segura essa ansiedade e siga em paz garota. Mas viva cada momento, pois eles te farão artista... Te farão artista de ti mesma.

(ler ao som de https://www.youtube.com/watch?v=iSqLLiuHicw

A incrível sensação de ser quem se é.

143* Everything

Vivo cada dia como uma luta, batalhas. Hoje senti depressão, contornei. Medo, superei. Amor ao vê-lo na sala, encantei. Nervosismo numa apresentação, apresentei, senti, juntei. É uma montanha russa em um só dia.
Estou crescendo.
E tenho ajuda, amigos aqui em são paulo. Hoje tive apresentação de rock e eu quase cogitei não apresentar. Estava muito nervosa, tonta, sabia que subiria no palco e não conseguiria lidar. O João me ajudou, me disse para não ficar ansiosa, me abraçou de uma maneira que me senti importante. Liguei pro meu terapeuta. Logo depois escuto o meu nome, entro na sala correndo, preciso ir. O que vou dizer?
Começa a tocar a música e eu vou soltando o medo e os anseios. Minha voz está ali e é o que vale.
Sou cantora, sou cantadora de história. Soltei.
Mas não é como se cada dia da minha vida não fosse uma batalha. Cada dia percebo mais coisas na terapia e consigo me soltar mais. Faço mais amigos, descubro o que realmente estou aqui e me sinto mais abraçada pelas pessoas, mais acolhida.
Vivo a cada dia batalhas que nunca imaginei que viveria.
No fim das contas, só quero ser acolhida aqui. Só quero um carinho. Um você é importante. Um abraço com os corações.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Pessoas e momentos.

Primeiras coisas. Momentos em são paulo. Até chegar aqui, carreguei muita coisa. Células.
Histórias.
Vida.



Essa sou eu.

De agora.

De união.

De apresentações, de pessoas importantes.

De quem entrou na minhas piadas.

De quando fui federal.

Das parcerias.

De quando cheguei em são paulo, de quando libertei.

De quando conquistei, quando viajei.

Construo.

De quando senti o seu sorriso.


De quando me apaixonei.

De quando cortei, quando soltei e dei um passo.

De uma irmã.



De quando me apresentei. De quando me senti inteira.


De um bichinho.

Essa sou eu.

Estou entendendo o meu lugar aqui em São Paulo. Nessa cidade confusa, que ninguém quer vir, mas que eu vim me refugiar.
Sou uma refugiada. Refugiada das emoções. Vim por motivos de sobrevivência para cá.  Porque em Porto Alegre eu estava morrendo devagarsinho. Essa morte lenta tinha que ter o aval e assinatura da minha pessoa, e eu me destruía. Me destruia ao passo que eu sorria e concordava. Ao passo que eu festejava morrendo por dentro. Tentando esconder do mundo o caos que estava na minha mente. Que caos.
Que caos, que se instalou no meu corpo. Na minha surdez.
Eu sou uma guerreira e estou percebendo isso agora. Lutei para conhecer o meu pai, para conhecer a minha história, para ter voz. Para ter poder de escolha. Para ser valorizada pelas minhas decisões.
E agora estou entendendo o meu lugar nessa cidade, que ainda me sinto um pouco presa. As coisas mudam organicamente e seguindo o tom das estações. Aos poucos. Vou me transformando aos pouquinhos.
Quero me conhecer. Saber quem de fato sou, sem ordens dele e sem culpas. Essa sou eu.
Quero pintar meu cabelo, ter meu espaço, criar um estúdio, voltar a ter meus sonhos, ter plantas pela casa, roupas coloridas, quero dançar, quero criar, quero rir. Quero não usar internet, quero a criatividade, quero ter uma coelha. Quero saber também o que eu quero, e ter meu espaço para lutar para isso. De novo, sem ordens.

Quem sou eu?
Será que eu sou essa mesma pessoa sonhadora do perfil do meu blog, que tem uma coelhinha e adora tocar violão?
Será que eu sou Linda Esperanza? Sim. Porque eu sou linda por dentro, porque eu sou ingenua e porque eu sou pura de sentimentos. Porque eu sobrevivi. Eu acreditei sem saber que acreditava. Eu 99% das vezes me sabotei. Sabotei muito. Mas soube na mão reversa criar um antítodo.  Involuntariamente, eu criei a música.
E agora conheci o Nicolas. Ele é um mala, mas me apaixona. Não sei o que dizer sobre ele, sobre seus cabelos loiros, sobre seu jeitinho único de demorar para se entregar. Sobre ele me convidar para entrar no seu espaço, na sua energia. Sobre ele conseguir mostrar a sua carência pra mim e sobre ele abraçar alguém de um jeito que ele nunca abraçava.

Eu gosto do cheiro dele, gosto do espaço que ele criou para ele, da art is freedom, da luz do seu espaço, do seu jeito de me olhar.
E agora não estou tão preocupada sobre escolhas, sobre deixar alguém, sobre ficar com outro. Estou vivendo minhas emoções, tendo segredos que eu posso contar só para mim... Vivendo amores, paixões, coisas lindas. Que eu quero dividir comigo. Quero criar uma relação de amor comigo. Ah, o cheiro dele. Eu sinceramente não sabia que isso surgiria.
Mesmo quando nos conhecemos e saíamos algumas vezes. Mesmo quando ele me emprestava o moletom dele e eu me apaixonava pelo cheiro. Ah, o cheiro dele.
Mesmo assim, mesmo quando ele deixou o aniversário dele para vir me ver. Mesmo quando eu recusei ele me dar carona por receio, ou quando ele me convidou para ir no estúdio dele achando que ele iria me forçar a fazer coisas que eu não queria. Mesmo quando saíamos de carro e ele dizia que não gostava de meninas que usavam tanta maquiagem. Com ele eu me sinto linda de novo.

Linda de novo.
Ele me faz perceber um lado meu que eu não lembrava, que eu nem conhecia de mim.
Enfim. Estou me construindo depois do caos, da guerra, de tantas mortes. Dos dias que acharia que eu iria morrer, das noites que eu não tinha pra onde ir, das vezes que eu alugava um hostel com medo de minha mãe me achar. Eu tinha pesadelos com perseguição. Das vezes que acordava chorando de noite ou quando gritava dormindo "PARA MÃE!". Eu sobrevivi.
Das vezes que eu não tinha amigas, e que mesmo assim pedi para dormi na casa de uma colega. De quando eu falei, "eu vou para são paulo". Da noite que decidi isso, do receio que eu estava, do coração batendo em comprar uma passagem que sairia em uma hora do aeroporto. De não ter uma muda de roupa na minha mochila. De tentar manter a calma no aeroporto, de fazer embarque sozinha, num aeroporto sem ninguém. De viajar sem celular, de me sabotar perdendo o meu dias antes num táxi.
Do medo de me sabotar, do medo do pânico voltar. Eu entrei no avião. Eu vim para São Paulo.
Eu disse para mim mesma "chega", tentando evitar o máximo em pensar na revolução que eu estava fazendo. Evitei muito em ver o que eu estava fazendo. Até o ultimo dia da viagem, até a ultima gota. Não queria ver o continente que eu estava mudando, não queria ver a força que isso teria e do impacto que isso faria em 19 anos de história de mentiras. Eu consegui. Larguei, voei, cheguei, conheci, vim para cá.
Não foi a toa. Nada é a toa.
Essa. Sou. Eu

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Está chegando as 22h

Sinceramente. Estou cansada.
Cansada dele ver ele me dizendo para lavar a calcinha do jeito que ele quer.
Que eu preciso cortar os pelos do jeito que ele quer para me chupar.
Parece que ele se transformou na minha mãe.
Coloca nesse lugar linda, não faz assim linda, tá errado, arruma desse jeito
deixa a toalha lá
Desliguei o celular agora
Não quero atender
Desde que cheguei aqui não tivemos nenhum momento juntos
Nenhum momento de namorados saindo no parque
ou jantando num lugar
Sempre que estamos juntos é de noite, cansados
Tudo o que fazemos é dividir a cama.
Não vejo mais ele tendo tesão em mim.
Fazem algumas semanas que ele não quer nada comigo, tento algo com ele
Animar
E sempre que almoçamos juntos é porque eu ligo
Estou cansada.
E agora quero sair de noite e espairecer.
Acho que o mais importante para agora é encontrar um apartamento
Faz tempo que não ficamos juntos. E agora que faltei ensaio e tudo, ele chega mais tarde.
Está chegando as 22h.
Quero outra coisa que isso. Estou cansada.

quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Deixe o amor chover na sua aorta.

17 de Janeiro de 2017


Comecei o ano não podendo andar durante uns três dias. É que fizemos um passeio pra Picada do Café e voltei com uma picada de algum inseto não indentificado. Mas o que deu é que não conseguia andar, senti umas flechas no meu pé e só o que havia era balde de água com sal grosso. Ah! E um remédio que me deixava chapada de sono. 

To tocando violão. Aprendi que não precisa sofrer com a dor dos dedos: quando começa a machucar, para! Toquei no ano novo, véspera de ano novo com o tio Jayme. Meu pai mostrou uma menina tocando nas ruas de Londres bem estilosa, e acho que me viu fazendo o mesmo. O que deu é que me inspirei. E fazem uns quantos dias que visito loja de violão. Meu pai viu um estiiloso branco. Uma semente foi plantada e tenho o sonho de fazer parte das ruas das pessoas em algum lugar do mundo, tocando música. Quem sabe.....

Austrália! Gente. Que lugar incrível. Li sobre lá, além da cultura do pessoal (surf, simplicidade, lojas fechando cedo, pés descalços por tudo e simpatia de brasileiro) existe o clima tropical abençoado por deus. Um lugar que parece ser perfeito pra explorar com uma kombi!!!! ahhhhhh.... Escutando Johny Cash e Janis Joplin. Vou explorar as maravilhas desse lugar paradisiaco, anota aí faz favor.

Comecei a ver uma série numa madrugada com a Aline, Gossip Girl. Como esperamos ansiosas pelo grande beijo casal super simpático Dan e Serena. Acabamos amando a série, foi uma noite ótima. Tivemos que segurar os olhos com pausinhos, porque o sono era grande. Mas nos outros dias acabamos enjoando sabe. Mesma mesmice: tem uma festa (sempre tem uma festa grrr) e acontece algum problema.... Clichê!

Além disso. Atenção cineastas. Há tempos não tomava um banho de chuva tão intenso. Sabe o que é não ter uma parte do corpo seca. Caiu um temporal do nada, estavamos ainda há várias quadras de casa. Eu cantando 'chove chuva, chove sem parar" bem bela. Nós achamos uma carteira no caminho. A carteira mostrou um garoto, da minha idade, lindo. Já pensei algo como o filme da Amelie Poulan encontrando o amor da sua vida. hahahaha 

Tenho arrumado minha mesa de estudos com muito amor. Cada semana ela ganha um ar diferente. E sempre minha cara. Como eu digo: só não podem faltar flores! Coloquei um mapa na minha frente e não paro de viajar mentalmente.

A Lila ficou dodói. Foi um choque pra gente. Estamos dando tudo pra ela, eu digo que ela é a coelha mais Gourmet que eu conheço: pêssego, mangericão, e chasinho na seringa. Gracinha, ta velhinha e continua limpinha. Se atracou até no meu girassol.

Tiveram também os quatro dias do vestibular da UFRGS. De tantos dias que foram acabei me apegando aos fiscais. Chegou o ultimo dia e sentia uma reciprocidade. hahahah perguntaram meu curso e senti um ar de "vai passar! uhuu". To bem na minha, se der deu. Tinha um gatinho lá também... Queria ter sabido pelo menos seu curso. Torcia pra que ele tomasse conta de mim ao ir pra sala do lanche.

Aprendi a usar o Spotify e fico colando músicas. Mudam toda a energia da casa. Uma batida suave e que dê um ritmo pra rotina ou pras conversas. É isso aí. Faz total diferença.

Eu era uma poeta e não sabia

Um apóstrofo, gostaria de dar. Seguintes. Ouve essa música, sente essas cordas do instrumento e fecha os olhos, e finge, finge estar maneando o ar que te rodeia. O que vem são escrituras sobre coisinhas. Sinta (a música) no sentido mais profundo da palavra, o da eternidade. E assim, leia. Só assim. Se puder fazer estas duas coisas ao mesmo tempo seria de bom grado. Obrigada.
Aqui se pula prefácio,
introdução agradecimentos,
aprofundamento do autor,
sumário,
ordem cronológica
notas do editor,
patrocínios 
etc. Aqui o negócio é top.

-Linda! O Pedro vai chegar. 
-Agora? (a cama deixou de ser minha e levanto como quem pensa que as coisas são instantâneas)
-To indo lá buscar ele, ora! Corre. Se tu não se organiza as coisas não andam.
-Esse menino vai mesmo esperar uma hora inteirinha na rodoviária!!??
....
Tempos antes, em uma mansão sentido a quem pega estrada, mais especificamente em um quarto gigantesco rosa, as pernas pro ar dando uma lida intensiva em Machado de Assis. Lá vai ela receber o telefonema. Ele parece uma criança pela voz, ironia do acaso. Acho que era a primeira vez que ele ouvia a voz da garota afinal nos áudios mandados, era só ele que fazia palhaçada ora voltando pra São Bernardo, imitava nordestino, ora falando lindo com um ritmo que ele nem devia saber, mas encantava, falava, falava bonito. Ela não. Odiava a voz tímida tentando ecoar algo pela internet. Mas esse telefonema então chegou como o primeiro aviso.
....
Tempos antes... Era época de que existia um parque, existia um arco-íris na fonte, cadeiras de plástico e um grupo vestido de marrom, forasteiros, sobe desce, músicos no canto direito. Olha olha quem tá chegando, tem lugar na frente tem granulado colorido ihhh. é gol. é show, o olhar faz morada como quem cumprimenta com calma e alma, mesmo estas duas estando saindo pela boca, o nome disso é, improviso. 
....
Tempos depois, chega-se em casa após um daqueles dias bem modelados, uma noite vai se esfumando e a menina procura. Procura por todos os cantos o nome do grupo, o nome dos integrantes dele, o do menino que queria falar, o que iria falar? Destacar algum ponto positivo da peça, dizer olá bom te ver, ou decididamente mostrar que veio porque achou curioso. Curioso e decidido o momento daquele olhar prolongado que se distanciava da sua nitidez, dizia, fica a vontade, só não sou o murilo rosa que me assemelho. Como falar com alguém que, do nome já sabia, o projeto do qual fazia parte, mas absolutamente nada para brotar entre os dois, nada que sugasse tempo, enrolasse uma conversa, nada de nada? Sem chances.
....
Tu não estava na plateia de hoje? Era você não era? Coordenadas a parte mostravam que a recordação era viva. Ele estava frente a pessoas para SER visualizado, ser visto e escutado. Eu, admirando como todos os outros que já haviam se aprochegado, não compartilhava do mesmo suor da pele. Minha calmaria era branda e não fazia a menor ideia do frio de barriga que estas auto-esposições nos enviam. Observava. Só observava tudo aquilo. Agora, convenhamos aqui, ele, não necessitava lembrar de mim. Justo esta técnica de ligar apresentador-expectador era a que se esparramava dentre seus pensamentos.
...
Mas vamos! Vamos que os contrastes entre estes dois são bem maiores do que se imagina inicialmente. Eles até que têm uma ideia. São Paulo e Porto Alegre não são vizinhas. 26 e 15 não são números primos. Casos de relacionamento quebrado são intuitivamente diferentes de casos existenciais adolescente. Prorroga-se a coincidência, vamos nos conhecer mais tarde. Ela não deixa este chegar para ve-la do jeito que este queria; diga-se: pós apresentação, pré semana. Na na não. Que elo bonito o tempo não formou? Deixou deste duelo uma flor (um chocolatinho), o contraste se derramou na foto e registrou um sorriso belo.
...
Chega de embromação. Vamos então, ao encontro de hora marcada, combinada, aprovada e mirada por um objeto chamado relógio (creio que existam outras dimensões do tempo nesse nosso mundo, mas enfim). Sim, como ia dizendo, estavam os dois a par. E por isso, existia o grito miúdo de uma surpresa, alí, sóó querendo ser feita. Quando chegou do colégio, chamegou na mãe, entendeu que a visita tinha sono pesado... Não demorou muito pra que se vissem. A surpresa foi que os dois teriam coisas em comum, teriam um olhar fixo enquanto conversavam em grupo na sala de estar. Vou tentar descrever. Olhos nos olhos, ele se comunica, e mais, SABE olhar, faz as duas coisas ao mesmo tempo. Tem uma curiosidade que beira a uma onda que quer estilhaçar. A boca com lábios finos faz uma leve contração, como que se unindo a um delineado que, forma um bico, e combinando os olhos fugazes revelam uma brechinha do ser... Ele emanava curiosidade. Ela de repente desviava, por susto. Mas o papo continuava na sala, muito papo bom, e ah, essa brechinha.
Brechinha amarelada
com luz enterrada, tenra
refletida em alguma areia desértica
...

-bom voo.