quinta-feira, 5 de setembro de 2019

Deixe o amor chover na sua aorta.

17 de Janeiro de 2017


Comecei o ano não podendo andar durante uns três dias. É que fizemos um passeio pra Picada do Café e voltei com uma picada de algum inseto não indentificado. Mas o que deu é que não conseguia andar, senti umas flechas no meu pé e só o que havia era balde de água com sal grosso. Ah! E um remédio que me deixava chapada de sono. 

To tocando violão. Aprendi que não precisa sofrer com a dor dos dedos: quando começa a machucar, para! Toquei no ano novo, véspera de ano novo com o tio Jayme. Meu pai mostrou uma menina tocando nas ruas de Londres bem estilosa, e acho que me viu fazendo o mesmo. O que deu é que me inspirei. E fazem uns quantos dias que visito loja de violão. Meu pai viu um estiiloso branco. Uma semente foi plantada e tenho o sonho de fazer parte das ruas das pessoas em algum lugar do mundo, tocando música. Quem sabe.....

Austrália! Gente. Que lugar incrível. Li sobre lá, além da cultura do pessoal (surf, simplicidade, lojas fechando cedo, pés descalços por tudo e simpatia de brasileiro) existe o clima tropical abençoado por deus. Um lugar que parece ser perfeito pra explorar com uma kombi!!!! ahhhhhh.... Escutando Johny Cash e Janis Joplin. Vou explorar as maravilhas desse lugar paradisiaco, anota aí faz favor.

Comecei a ver uma série numa madrugada com a Aline, Gossip Girl. Como esperamos ansiosas pelo grande beijo casal super simpático Dan e Serena. Acabamos amando a série, foi uma noite ótima. Tivemos que segurar os olhos com pausinhos, porque o sono era grande. Mas nos outros dias acabamos enjoando sabe. Mesma mesmice: tem uma festa (sempre tem uma festa grrr) e acontece algum problema.... Clichê!

Além disso. Atenção cineastas. Há tempos não tomava um banho de chuva tão intenso. Sabe o que é não ter uma parte do corpo seca. Caiu um temporal do nada, estavamos ainda há várias quadras de casa. Eu cantando 'chove chuva, chove sem parar" bem bela. Nós achamos uma carteira no caminho. A carteira mostrou um garoto, da minha idade, lindo. Já pensei algo como o filme da Amelie Poulan encontrando o amor da sua vida. hahahaha 

Tenho arrumado minha mesa de estudos com muito amor. Cada semana ela ganha um ar diferente. E sempre minha cara. Como eu digo: só não podem faltar flores! Coloquei um mapa na minha frente e não paro de viajar mentalmente.

A Lila ficou dodói. Foi um choque pra gente. Estamos dando tudo pra ela, eu digo que ela é a coelha mais Gourmet que eu conheço: pêssego, mangericão, e chasinho na seringa. Gracinha, ta velhinha e continua limpinha. Se atracou até no meu girassol.

Tiveram também os quatro dias do vestibular da UFRGS. De tantos dias que foram acabei me apegando aos fiscais. Chegou o ultimo dia e sentia uma reciprocidade. hahahah perguntaram meu curso e senti um ar de "vai passar! uhuu". To bem na minha, se der deu. Tinha um gatinho lá também... Queria ter sabido pelo menos seu curso. Torcia pra que ele tomasse conta de mim ao ir pra sala do lanche.

Aprendi a usar o Spotify e fico colando músicas. Mudam toda a energia da casa. Uma batida suave e que dê um ritmo pra rotina ou pras conversas. É isso aí. Faz total diferença.

Eu era uma poeta e não sabia

Um apóstrofo, gostaria de dar. Seguintes. Ouve essa música, sente essas cordas do instrumento e fecha os olhos, e finge, finge estar maneando o ar que te rodeia. O que vem são escrituras sobre coisinhas. Sinta (a música) no sentido mais profundo da palavra, o da eternidade. E assim, leia. Só assim. Se puder fazer estas duas coisas ao mesmo tempo seria de bom grado. Obrigada.
Aqui se pula prefácio,
introdução agradecimentos,
aprofundamento do autor,
sumário,
ordem cronológica
notas do editor,
patrocínios 
etc. Aqui o negócio é top.

-Linda! O Pedro vai chegar. 
-Agora? (a cama deixou de ser minha e levanto como quem pensa que as coisas são instantâneas)
-To indo lá buscar ele, ora! Corre. Se tu não se organiza as coisas não andam.
-Esse menino vai mesmo esperar uma hora inteirinha na rodoviária!!??
....
Tempos antes, em uma mansão sentido a quem pega estrada, mais especificamente em um quarto gigantesco rosa, as pernas pro ar dando uma lida intensiva em Machado de Assis. Lá vai ela receber o telefonema. Ele parece uma criança pela voz, ironia do acaso. Acho que era a primeira vez que ele ouvia a voz da garota afinal nos áudios mandados, era só ele que fazia palhaçada ora voltando pra São Bernardo, imitava nordestino, ora falando lindo com um ritmo que ele nem devia saber, mas encantava, falava, falava bonito. Ela não. Odiava a voz tímida tentando ecoar algo pela internet. Mas esse telefonema então chegou como o primeiro aviso.
....
Tempos antes... Era época de que existia um parque, existia um arco-íris na fonte, cadeiras de plástico e um grupo vestido de marrom, forasteiros, sobe desce, músicos no canto direito. Olha olha quem tá chegando, tem lugar na frente tem granulado colorido ihhh. é gol. é show, o olhar faz morada como quem cumprimenta com calma e alma, mesmo estas duas estando saindo pela boca, o nome disso é, improviso. 
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Tempos depois, chega-se em casa após um daqueles dias bem modelados, uma noite vai se esfumando e a menina procura. Procura por todos os cantos o nome do grupo, o nome dos integrantes dele, o do menino que queria falar, o que iria falar? Destacar algum ponto positivo da peça, dizer olá bom te ver, ou decididamente mostrar que veio porque achou curioso. Curioso e decidido o momento daquele olhar prolongado que se distanciava da sua nitidez, dizia, fica a vontade, só não sou o murilo rosa que me assemelho. Como falar com alguém que, do nome já sabia, o projeto do qual fazia parte, mas absolutamente nada para brotar entre os dois, nada que sugasse tempo, enrolasse uma conversa, nada de nada? Sem chances.
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Tu não estava na plateia de hoje? Era você não era? Coordenadas a parte mostravam que a recordação era viva. Ele estava frente a pessoas para SER visualizado, ser visto e escutado. Eu, admirando como todos os outros que já haviam se aprochegado, não compartilhava do mesmo suor da pele. Minha calmaria era branda e não fazia a menor ideia do frio de barriga que estas auto-esposições nos enviam. Observava. Só observava tudo aquilo. Agora, convenhamos aqui, ele, não necessitava lembrar de mim. Justo esta técnica de ligar apresentador-expectador era a que se esparramava dentre seus pensamentos.
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Mas vamos! Vamos que os contrastes entre estes dois são bem maiores do que se imagina inicialmente. Eles até que têm uma ideia. São Paulo e Porto Alegre não são vizinhas. 26 e 15 não são números primos. Casos de relacionamento quebrado são intuitivamente diferentes de casos existenciais adolescente. Prorroga-se a coincidência, vamos nos conhecer mais tarde. Ela não deixa este chegar para ve-la do jeito que este queria; diga-se: pós apresentação, pré semana. Na na não. Que elo bonito o tempo não formou? Deixou deste duelo uma flor (um chocolatinho), o contraste se derramou na foto e registrou um sorriso belo.
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Chega de embromação. Vamos então, ao encontro de hora marcada, combinada, aprovada e mirada por um objeto chamado relógio (creio que existam outras dimensões do tempo nesse nosso mundo, mas enfim). Sim, como ia dizendo, estavam os dois a par. E por isso, existia o grito miúdo de uma surpresa, alí, sóó querendo ser feita. Quando chegou do colégio, chamegou na mãe, entendeu que a visita tinha sono pesado... Não demorou muito pra que se vissem. A surpresa foi que os dois teriam coisas em comum, teriam um olhar fixo enquanto conversavam em grupo na sala de estar. Vou tentar descrever. Olhos nos olhos, ele se comunica, e mais, SABE olhar, faz as duas coisas ao mesmo tempo. Tem uma curiosidade que beira a uma onda que quer estilhaçar. A boca com lábios finos faz uma leve contração, como que se unindo a um delineado que, forma um bico, e combinando os olhos fugazes revelam uma brechinha do ser... Ele emanava curiosidade. Ela de repente desviava, por susto. Mas o papo continuava na sala, muito papo bom, e ah, essa brechinha.
Brechinha amarelada
com luz enterrada, tenra
refletida em alguma areia desértica
...

-bom voo.