quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Exportações

Vem pra mim que eu já não aguento mais
Você é sexo e poesia jazz
Não consigo ficar um minuto na sala com você
E não posso fazer nada porque já tenho o que
Mas você me atrai como um imã faz
E não tem nada que eu consiga me distrair
Do outro lado um cara chato toca jazz
Não sei o quanto a relação já foi pra lá
Quero alguém que se importe
exporte

segunda-feira, 28 de outubro de 2019

Acordar

Conhecer novos lugares
Andar por espaços desconhecidos
Nessa cidade que gira
À grandeza
São Paulo é gigante
Não se perder nos sonhos
Não ficar triste por escolhas
Descobrir é o antítodo nesse momento
Não se sentir triste
Me vi perguntando
Qual a definição de felicidade
Quero cantar
Calma, pra isso precisa paciência
Aromaterapia, cheiros
Autocuidado para escutar a própria voz
E descanso
Ao fim do dia chá de boldo com três folhinhas
Bom dia.

Capítulos

Essa praia continua fria
Sal na boca que não sinto
É um morro sem vida
Um gosto que não parece o mesmo
Poemas frios que já não desço

Evito e finjo não conhecer
Esse é só mais um poema frio e sem motivo
Para almas caladas e amadas
Que dormem lado a lado se odiando
Doídas e no chão
Vale a pena estar aqui?

Parece que todos os caminhos levam para um outro que não quero
Letras que ninguém entende
Destinos que são difíceis de achar
Pessoas, que não encontro
Lugares que não se cumprimentam.

Pétalas de olhos fechados.

Ele é um perdido Hollywoodiano
Saiu de uma vida tão dificil de fácil
Merce, merci, e servido
Tudo pronto pra ele pelos potes
Piscina, bons ares, mansão
Mas ele quis mais
E procura por sentimento e por arte
ART IS FREEDOM
Por isso abonou
Mas para mim ele não engana aos seus privilégios
E gente rica sempre me deu arrepios
Ele tenta sim
Sair disso
E isso é bonito
Existe mais beleza do que a condição que ele foi exposto
Desculpe o desrespeito
Ele tenta viver como um grão de areia perdido

Esculturas de pessoas.

As vezes eu me sinto uma pequena solitária
Num mundo de Mercedes e de pessoas com 20 anos
Tá tudo bem
Tenho dinheiro
Me senti tímida
Não quero ser só um rosto bonito
Será que as pessoas olham para mim como pessoas?
É tão esquisito ganhar tanto dinheiro assim
Faço economia e música por hobby
Não escuto nada, tudo é muito alto
Pessoas legais que não se escutam
Onde está o mundo da música?
Até onde o meu ouvido aguenta?

Profissionalmente
Vim montar minha carreira
Mas entrei num mundo de Mercedes
Meu ouvido doi, e não sabe como sair
Pessoas me perguntam sobre quem eu sou
E sinto vergonha, por não saber
Como eu estou.

Começo de mares

Pétalas de mares escondidos desejavam na cabeça dela
Era a vez e a hora dela, uma montanha russa em queda
Queriam saber qual era a sua meta
E por isso foi descabelada, rejeitada
Por si mesmo, jurou amor pelos outros
E compreendeu o ódio como nunca deveria ser compreendido
Queria novo espaço, novo mote
Um novo caderno para encher
Mas temos esse mesmo
E os alcances nunca são iguais
Mas nos ligamos aos outros
E ligações são tudo o que importam
Nessa pequena comporta
De sementes plantadas
Do coração

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Intensatez

Eu já disse o quanto eu sou apaixonada por essa vibe de viagem, praia, sol, verão?  #mood

SOU INTENSA.
Intensa eu mando mensagem. Intensa eu entrego meus sentimentos numa caixinha. Mando entregar mais 10. Logo, sem retribuição, mando vídeo. Mando carta. Envio energia. Depois não quero mais. Me distraio comigo. Mostro coisas que não eram pra ser vistas. Digo que não quero. Penso que quero. Sou intensa por dentro e por fora.
Assim eu mostro o que vim fazer aqui nesse mundo, para o que eu vim, mesmo que para mim não faça o menor sentido. Para expressar o que eu sinto, para viver e para escrever é o meu destino.
Segura essa ansiedade e siga em paz garota. Mas viva cada momento, pois eles te farão artista... Te farão artista de ti mesma.

(ler ao som de https://www.youtube.com/watch?v=iSqLLiuHicw

A incrível sensação de ser quem se é.

143* Everything

Vivo cada dia como uma luta, batalhas. Hoje senti depressão, contornei. Medo, superei. Amor ao vê-lo na sala, encantei. Nervosismo numa apresentação, apresentei, senti, juntei. É uma montanha russa em um só dia.
Estou crescendo.
E tenho ajuda, amigos aqui em são paulo. Hoje tive apresentação de rock e eu quase cogitei não apresentar. Estava muito nervosa, tonta, sabia que subiria no palco e não conseguiria lidar. O João me ajudou, me disse para não ficar ansiosa, me abraçou de uma maneira que me senti importante. Liguei pro meu terapeuta. Logo depois escuto o meu nome, entro na sala correndo, preciso ir. O que vou dizer?
Começa a tocar a música e eu vou soltando o medo e os anseios. Minha voz está ali e é o que vale.
Sou cantora, sou cantadora de história. Soltei.
Mas não é como se cada dia da minha vida não fosse uma batalha. Cada dia percebo mais coisas na terapia e consigo me soltar mais. Faço mais amigos, descubro o que realmente estou aqui e me sinto mais abraçada pelas pessoas, mais acolhida.
Vivo a cada dia batalhas que nunca imaginei que viveria.
No fim das contas, só quero ser acolhida aqui. Só quero um carinho. Um você é importante. Um abraço com os corações.

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Pessoas e momentos.

Primeiras coisas. Momentos em são paulo. Até chegar aqui, carreguei muita coisa. Células.
Histórias.
Vida.



Essa sou eu.

De agora.

De união.

De apresentações, de pessoas importantes.

De quem entrou na minhas piadas.

De quando fui federal.

Das parcerias.

De quando cheguei em são paulo, de quando libertei.

De quando conquistei, quando viajei.

Construo.

De quando senti o seu sorriso.


De quando me apaixonei.

De quando cortei, quando soltei e dei um passo.

De uma irmã.



De quando me apresentei. De quando me senti inteira.


De um bichinho.

Essa sou eu.

Estou entendendo o meu lugar aqui em São Paulo. Nessa cidade confusa, que ninguém quer vir, mas que eu vim me refugiar.
Sou uma refugiada. Refugiada das emoções. Vim por motivos de sobrevivência para cá.  Porque em Porto Alegre eu estava morrendo devagarsinho. Essa morte lenta tinha que ter o aval e assinatura da minha pessoa, e eu me destruía. Me destruia ao passo que eu sorria e concordava. Ao passo que eu festejava morrendo por dentro. Tentando esconder do mundo o caos que estava na minha mente. Que caos.
Que caos, que se instalou no meu corpo. Na minha surdez.
Eu sou uma guerreira e estou percebendo isso agora. Lutei para conhecer o meu pai, para conhecer a minha história, para ter voz. Para ter poder de escolha. Para ser valorizada pelas minhas decisões.
E agora estou entendendo o meu lugar nessa cidade, que ainda me sinto um pouco presa. As coisas mudam organicamente e seguindo o tom das estações. Aos poucos. Vou me transformando aos pouquinhos.
Quero me conhecer. Saber quem de fato sou, sem ordens dele e sem culpas. Essa sou eu.
Quero pintar meu cabelo, ter meu espaço, criar um estúdio, voltar a ter meus sonhos, ter plantas pela casa, roupas coloridas, quero dançar, quero criar, quero rir. Quero não usar internet, quero a criatividade, quero ter uma coelha. Quero saber também o que eu quero, e ter meu espaço para lutar para isso. De novo, sem ordens.

Quem sou eu?
Será que eu sou essa mesma pessoa sonhadora do perfil do meu blog, que tem uma coelhinha e adora tocar violão?
Será que eu sou Linda Esperanza? Sim. Porque eu sou linda por dentro, porque eu sou ingenua e porque eu sou pura de sentimentos. Porque eu sobrevivi. Eu acreditei sem saber que acreditava. Eu 99% das vezes me sabotei. Sabotei muito. Mas soube na mão reversa criar um antítodo.  Involuntariamente, eu criei a música.
E agora conheci o Nicolas. Ele é um mala, mas me apaixona. Não sei o que dizer sobre ele, sobre seus cabelos loiros, sobre seu jeitinho único de demorar para se entregar. Sobre ele me convidar para entrar no seu espaço, na sua energia. Sobre ele conseguir mostrar a sua carência pra mim e sobre ele abraçar alguém de um jeito que ele nunca abraçava.

Eu gosto do cheiro dele, gosto do espaço que ele criou para ele, da art is freedom, da luz do seu espaço, do seu jeito de me olhar.
E agora não estou tão preocupada sobre escolhas, sobre deixar alguém, sobre ficar com outro. Estou vivendo minhas emoções, tendo segredos que eu posso contar só para mim... Vivendo amores, paixões, coisas lindas. Que eu quero dividir comigo. Quero criar uma relação de amor comigo. Ah, o cheiro dele. Eu sinceramente não sabia que isso surgiria.
Mesmo quando nos conhecemos e saíamos algumas vezes. Mesmo quando ele me emprestava o moletom dele e eu me apaixonava pelo cheiro. Ah, o cheiro dele.
Mesmo assim, mesmo quando ele deixou o aniversário dele para vir me ver. Mesmo quando eu recusei ele me dar carona por receio, ou quando ele me convidou para ir no estúdio dele achando que ele iria me forçar a fazer coisas que eu não queria. Mesmo quando saíamos de carro e ele dizia que não gostava de meninas que usavam tanta maquiagem. Com ele eu me sinto linda de novo.

Linda de novo.
Ele me faz perceber um lado meu que eu não lembrava, que eu nem conhecia de mim.
Enfim. Estou me construindo depois do caos, da guerra, de tantas mortes. Dos dias que acharia que eu iria morrer, das noites que eu não tinha pra onde ir, das vezes que eu alugava um hostel com medo de minha mãe me achar. Eu tinha pesadelos com perseguição. Das vezes que acordava chorando de noite ou quando gritava dormindo "PARA MÃE!". Eu sobrevivi.
Das vezes que eu não tinha amigas, e que mesmo assim pedi para dormi na casa de uma colega. De quando eu falei, "eu vou para são paulo". Da noite que decidi isso, do receio que eu estava, do coração batendo em comprar uma passagem que sairia em uma hora do aeroporto. De não ter uma muda de roupa na minha mochila. De tentar manter a calma no aeroporto, de fazer embarque sozinha, num aeroporto sem ninguém. De viajar sem celular, de me sabotar perdendo o meu dias antes num táxi.
Do medo de me sabotar, do medo do pânico voltar. Eu entrei no avião. Eu vim para São Paulo.
Eu disse para mim mesma "chega", tentando evitar o máximo em pensar na revolução que eu estava fazendo. Evitei muito em ver o que eu estava fazendo. Até o ultimo dia da viagem, até a ultima gota. Não queria ver o continente que eu estava mudando, não queria ver a força que isso teria e do impacto que isso faria em 19 anos de história de mentiras. Eu consegui. Larguei, voei, cheguei, conheci, vim para cá.
Não foi a toa. Nada é a toa.
Essa. Sou. Eu

quinta-feira, 3 de outubro de 2019

Está chegando as 22h

Sinceramente. Estou cansada.
Cansada dele ver ele me dizendo para lavar a calcinha do jeito que ele quer.
Que eu preciso cortar os pelos do jeito que ele quer para me chupar.
Parece que ele se transformou na minha mãe.
Coloca nesse lugar linda, não faz assim linda, tá errado, arruma desse jeito
deixa a toalha lá
Desliguei o celular agora
Não quero atender
Desde que cheguei aqui não tivemos nenhum momento juntos
Nenhum momento de namorados saindo no parque
ou jantando num lugar
Sempre que estamos juntos é de noite, cansados
Tudo o que fazemos é dividir a cama.
Não vejo mais ele tendo tesão em mim.
Fazem algumas semanas que ele não quer nada comigo, tento algo com ele
Animar
E sempre que almoçamos juntos é porque eu ligo
Estou cansada.
E agora quero sair de noite e espairecer.
Acho que o mais importante para agora é encontrar um apartamento
Faz tempo que não ficamos juntos. E agora que faltei ensaio e tudo, ele chega mais tarde.
Está chegando as 22h.
Quero outra coisa que isso. Estou cansada.